Em 2025, o gnration volta a receber as propostas artísticas de um conjunto de artistas emergentes através da eMMA – Exposição do Mestrado em Media Arts da Universidade do Minho.

De 18 a 26 de julho, a exposição coletiva exibe obras de sete estudantes, suscitando reflexões acerca de identidades digitais, memória individual e coletiva, alterações climáticas, processos generativos de criação artística, migração e ativismo.

17 Jul. 2025
17 Jul. 2025

As lendas são conhecidas por serem transmitidas de geração em geração e perdurarem através da tradição. No entanto, nos últimos anos, a arte contemporânea tem testemunhado o que poderíamos chamar lendas invertidas: uma tradição futura narrada por artistas através de uma multiplicidade de suportes.

Ancorada ao tema Lendas Invertidas, a quarta edição da eMMA – Exposição do Mestrado em Media Arts da Universidade do Minho reúne uma série de instalações moldadas por pressupostos ou premonições que convidam à reflexão e à interação dos espectadores. Fruto de uma sociedade que vive mais no futuro do que no presente, estas obras imaginam cenários distópicos e representações subjetivas da humanidade e da sua relação com o meio ambiente. Incitando o pensamento e a reflexão, levanta-se uma questão central: qual o modo humano de estar no mundo? Na tentativa de procurar a sua resposta, os artistas abordam memórias inventadas e recontextualizadas, especulação de futuros possíveis e incertos, gerando novas leituras e interpretações de uma tradição coletiva que ainda está por vir.

Com inauguração a 18 de julho (às 18:00), a exposição estará patente no gnration até dia 26 para apresentar sete peças:

Pequeno laboratório de recriar humanos, por Líria Varne
Servindo-se de objetos, sons e projeções que despertam memórias partilhadas, esta obra explora a Inteligência Artificial enquanto ferramenta de arquivo e gestão de informação, cruzando ideias de consciência afetiva, identidade e tecnologia para criar narrativas emersivas que desafiam os limites entre o que é vivido, imaginado e forjado digitalmente.

Echoes of Memory: What if the world wasn’t as we know it?, por Andresa Salazar
Partindo do impacto das ações humanas no meio ambiente, a instalação propõe uma reflexão provocadora sobre as consequências das alterações climáticas e como estas transformam, não só a natureza, mas as nossas memórias.

imerge, por Emanuele Inácio e Vera Viera
Envolvendo o público numa coreografia de pulsações e silêncios, imerge questiona de que forma a luz, o som e atmosfera podem conduzir o estado emocional do ser humano. Inspirandas em estudos sobre fenomenologia, game feel e simbolismo da luz, as artistas procuram instaurar um ambiente onde a emoção se torna orientação e o videojogo um eco sensível da experiência. 

Fogo e Caos – Jornada do Piroceno, por João Sousa
Combinando imagens digitais, sons e texturas para simular um incêndio florestal, a obra inspira-se no conceito de Piroceno – que descreve a era geológica atual, em que o fogo tem uma enorme influência nas paisagens e no clima – para mostrar como o impacto ambiental e as mudanças climáticas transformaram o fogo numa ameaça global.

Welcome to the new subnormal: portals to drowned worlds, por Luis Henrique Almeida de Oliveira
Através de vídeos e artefactos que especulam cenários futuros, este portal conjuga a encruzilhada entre passado, presente e futuro para nutrir sensibilidades, questionar o nosso papel no planeta e desbloquear sinergias do mundo natural, humano e mais-que-humano.

Humana Fragmenta: proposta artística de interpretação visual da efemeridade humana, por Rafael Sousa
Cruzando a efemeridade da experiência humana com uma ideia de estética da visualização de dados, Humana Fragmentada converte dados em experiências sensoriais para propor uma reflexão sobre a complexidade da interdependência entre os diferentes momentos que compõem a existência humana.

Becoming a simulated book, por Mariana Gomes
Becoming a simulated book é uma superfície instável que retém, distorce e esvanece; um espaço onde a memória não é dada, mas provocada. Composta por um ecrã analógico – espesso, curvo e de luz instável – que projeta fragmentos de uma narrativa parcialmente revelada, nesta instalação o gesto é o gatilho da ativação, onde cada interação refaz a ordem do que se vê, reiniciando a leitura e propondo uma oscilação entre corpo e objeto, entre a presença e desaparecimento.

Sabe mais sobre a exposição em gnration.pt.

 

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O Mestrado em Media Arts na Universidade do Minho terá nova edição no ano letivo 2025/2026. As candidaturas para a terceira fase decorrem entre 3 e 8 de setembro. Mais informações em Mestrado Media Arts.